Mário Quintana estava certo

Hoje é um prédio deteriorado, seu proprietário ainda é o mesmo, mas sua finalidade é muito diversa do que foi . Pensando neste inverno que só agora dá sinais de esgotamento (já estava na hora) porque este ano, 2025, ele foi impiedoso. Há muito não vivenciava um inverno tão intenso e rigoroso. Até então, eu diria que a última década e meia foi suave. Entrando na máquina do tempo e girando o botão quarenta e sete vezes, chego em 1978, era um jovem estudante de dez anos de idade. Neste prédio que hoje abriga uma oficina de viaturas policiais, antes uma escola estadual onde eu aprendi a ler e a escrever, também foi aqui que tomei o gosto pela literatura. Lembro de quando veio alguém plantar algumas árvores e chamaram alguns alunos para ajudar na tarefa, só poderiam ser dois de cada sala, nunca me conformei por ter sido preterido naquele dia. Vejo as grandes árvores que elas se tornaram e lamento muito não ter sido um dos que ajudaram a plantá-las. Naquele ano, como agora, o inverno foi implacável. Meus colegas com três blusas, luvas, jaqueta. A gente conversando sobre o frio, que não estávamos preparados para ele. Se eles não estavam, imaginem eu: uma blusa de lã para uma pessoa mais nova que eu, parte da barriga e braços descobertos. Era estampada, azul marinho com detalhes em vermelho. Lembro de tremer como vara verde. Que frio “abençoado”! Como este que se prepara para partir, não vejo a hora. *“No rigor do inverno, até as estrelas parecem frias.” Mário Quintana Fonte: depositphotos https://depositphotos.com/br/free-files-all.html?offset=60&qview=319130812

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