Marta, a seleção feminina e a costela de Adão

    Então Deus fez cair um sono pesado sobre Adão e este adormeceu... e tomou uma de suas costelas e cerrou a carne em seu lugar... e da costela formou uma mulher...” e os dois passaram a viver neste planeta crescendo e procriando.

    O futebol assim como os seres humanos concedeu a primazia de se praticar o esporte bretão primeiro aos homens. As mulheres vieram bem depois e em condições desvantajosas. O que o futebol feminino no Brasil representa hoje é consequência de uma sucessão de insensibilidade, descaso e omissão.

    O futebol chegou ao Brasil quando Charles Miller vindo da Inglaterra trouxe uma bola para praticar um esporte que havia conhecido naquele país. A partir daí começam a surgir os primeiros times de futebol, que vai se profissionalizar e se tornar um grande negócio, masculino.

    A federação paulista, começou a promover os seus torneios há 121 anos em 1902, uma das mais relevantes do país, reúne alguns dos times mais vitoriosos do país, portanto serve como uma referência para comparação.

    O futebol feminino só passou a ser promovido seriamente por ela em 2009, 107 anos depois, até agora foram apenas 25 edições, o que mostra o descaso e falta de interesse de investimento na modalidade feminina.

    A jogadora Marta, um ícone do futebol feminino no Brasil e também um símbolo internacional do futebol feminino teve que vencer muito preconceito e lutar muito para conquistar o seu espaço neste esporte. Por isso e por ser uma craque do futebol, representou muito bem o país, até sua despedida recente da seleção.

    Uma lei dos anos quarenta dos tempos de Getúlio Vargas proibia o futebol feminino já que se acreditava que um esporte agressivo e com forte contato físico não era adequado para as mulheres, uma questão de “precaução de saúde”. Esta lei inviabilizou por décadas o desenvolvimento da modalidade feminina.

    O machismo, a falta de interesse de investidores, patrocinadores e de torcedores fizeram o resto. A ponto de grandes clubes do país não se importarem em investir nas mulheres. Hoje pela obrigação dos clubes de terem sua versão feminina, ele desenvolve-se na marra, é a costela de sua versão masculina.

 

 

Fonte: depositphotos

<a href="https://depositphotos.com/br/photos/objects.html">Irmãozinho e irmã com bola de futebol abraçando no parque - depositphotos.com</a>


 

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