Eram pioneiros em seu país, uma novidade também para o mundo. Um grupo de esportistas da Jamaica, um país tropical, portanto quente que não conhece a realidade de um clima temperado, regado a muito frio e com a presença de neve. Esforçavam-se em competir em pé de igualdade com adversários europeus familiarizados com aquele clima e que já disputavam esportes deste nível há pelo menos um século.
Eles só desempenham bem o seu papel quando percebem que não saberiam competir com todo o rigor e a disciplina dos seus concorrentes. Teriam que se assumir como jamaicanos, povo latino afrodescendente que possui ginga herdada de seus ancestrais africanos. Ela faz parte de sua identidade enquanto povo e com ela desempenharam um bom papel, o filme foi lançado cinco anos após a participação do país no evento realizado no Canadá (1988) em 1993.
Trinta anos antes, Suécia, era a copa de 1958, o Brasil ainda não havia conquistado nem um título, não era muito respeitado pelos participantes, não se apostaria nele como um favorito ao título. Um jovem jogador de 17 anos iria mostrar ao mundo do que aquele país latino era capaz. Tal qual o grupo jamaicano retratado no filme, os jogadores brasileiros eram forçados a acreditar que deveriam jogar como os europeus: disciplinados, centrados, usando de técnica. Dribles eram um palavrão, não deveriam perder tempo com aquilo.
Esta história é retratada no filme Pelé, o nascimento de uma lenda, lançado bem depois em 2016. O dilema era o mesmo: imitar os outros para supostamente serem aceitos e respeitados ou ser eles mesmos se assumindo como brasileiros, um povo latino fortemente marcado pela sua africanidade, que possui uma ginga que nos distingue dos povos europeus, os dribles eram pura ginga. Adivinhem que caminho eles seguiram? O resultado daquela copa todos nós sabemos!
Fonte da imagem: Wikipédia (domínio público)

Comentários
Postar um comentário