Empilhados em balcões, amarrados com barbante, vendidos de baciada, o fim a que se destina está longe de ser nobre, nem sempre foi assim. Há muito perdeu sua atratividade, é uma mistura de vários fatores seja a crise econômica ou a concorrência implacável da internet, porém existe um fator em que a culpa é exclusiva do setor.
Refiro-me ao jornalismo impresso. Desde pequenino que aprecio uma boa leitura, a literatura é um grande prazer, porém o jornalismo é algo diferente, mas quando bem feito é igualmente prazeroso, aprendi a ler jornal com minha professora de história e passei a acompanhar o que se passava no Brasil e no mundo, para chegar até a minha paixão por história, foi um pulinho.
O jornalismo nos anos oitenta e também a década seguinte eram muito bons, tinha um jornal que colocava em seu expediente: “ a serviço do Brasil”. Era um trabalho muito bem feito: boas reportagens, imagens, cores, gráficos. Dava prazer de pegar para ler. Nas décadas seguintes infelizmente tudo mudou. Acabou as reportagens, agora é apenas a opinião do dono do jornal.
Ela chega embutida na notícia, na charge, na coluna, no artigo, em tudo que é canto, fica até desnecessário o editorial, uma opinião raivosa, pessimista e agressiva que vem piorando com o tempo. Este sim o verdadeiro motivo da perda massiva e veloz de leitores.
Comprei um jornal na banca, algo tão distante do meu cotidiano há tanto tempo, que parece um anacronismo. Uma leitura prazerosa, notícias bem produzidas, reportagem de caráter histórico, charges com um humor, é isso que o jornalismo impresso precisa, não só ele. O destino dos jornais vendidos em bancas é para recolher o cocô dos cachorrinhos, um destino mais que merecido.

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