Manter tropas militares bem treinadas e equipadas com o que há de melhor em tecnologias bélicas podem ser bem dispendioso porque os vizinhos, adversários ou inimigos, próximos ou distantes, não querem ficar para trás, por isso esta chamada corrida armamentista não tem fim e não possui um único ganhador, quem chega à frente logo será superado e a história vai se repetindo indefinidamente. Já era assim no século XVII.
Estamos então em 1667, os ingleses às voltas com problemas financeiros que esta corrida causava decidiu que a melhor forma de resolver o problema era deixar de pagar seus marinheiros que lutavam as guerras que seus reis determinavam.Os marinheiros, como pais de famílias que eram precisavam do dinheiro para se manter e se alimentar. Como não foram atendidos em suas súplicas resolveram arrancar as velas dos barcos que seriam recolocadas tão logo recebessem seus salários. Enquanto o governo discutia se deviam pagar, os holandeses aproveitaram para furtar aquelas embarcações, rebocando-as. Arrancar em inglês era strike, estava criado o movimento grevista.
Assim que esta nova forma de lutar por dignidade e melhores condições de trabalho foi propagada pelo mundo foi ganhando seus vocábulos na língua local. Na Dinamarca Strejke, na Suécia strejk, na Noruega streik, que podemos observar, suas línguas foram influenciadas pelo inglês. Mas não foi assim com todo o mundo, de acordo com as suas culturas e hábitos, outros países foram cunhando outros termos.
Na Espanha, huelga que designava um simples descanso após horas de cansativo trabalho ganhou outro significado. Na Itália scioperó, interrupção voluntária de atividade laborativa. Na França em uma praia onde os trabalhadores se reuniam para conseguir emprego de estivadores, a praça de greve, local onde no passado era local de execução de pessoas, passou a ser de reunião de grevistas, greve seria o termo para francês. E por fim existe uma expressão que se chama de movimento paredista, ato de se fazer ou participar de uma greve.
O curioso na língua inglesa é que a palavra arrancar (strike) perdeu seu significado ao longo dos séculos, neste momento a língua inglesa, talvez a mais rica do mundo hoje com um milhão de palavras, possui 15 palavras para arrancar, entre elas: pluck, pull, rip, jerk, disroot e tweezer. No Brasil é claro, é greve. E aí? Já fez uma parede alguma vez?
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