O Cristo redentor, a pandemia e a esperança

 

Alugou um deputado com dinheiro desviado

Suspeito do assalto ao palácio do planalto

Morreu bebendo gim, nega tudo até o fim

Espera o intervalo e foge pelo ralo

Vendeu o cristo redentor

Vendeu o cristo redentor

 

      Trecho de música da banda de rock capital inicial retrata o caráter de uma pessoa nada simpática, envolvida em golpes, retrato de nossa época? Aqui o monumento é vítima de estelionato. Símbolo da cidade do Rio, do cristianismo e também claro, do Brasil.

      Símbolo da redenção, o que todos os seus representados certamente esperam, é serem salvos de uma pandemia, que só neste país já ceifou 600 mil vidas. Um dia de Nossa Senhora Aparecida (12 de outubro) que não poderá ser esquecido.

      Lá se vão 90 anos desde que este monumento foi inaugurado, iniciado nos anos 20 do século passado, levou nove anos para ser concluído. Sua história é um pouco mais longa. No tempo ainda da monarquia, foi ideia de um padre homenagear a princesa Isabel, a redentora, que inicialmente gostou da ideia, posteriormente, propôs algo diferente, acabou não vingando, a própria monarquia deixou de existir.

      Retomada tempos depois, se concretizou com a escolha do engenheiro Heitor da Silva Costa que deu vida ao projeto. Com a participação do francês Paul Landowski, passou-se aos trabalhos que consumiram os nove anos de esforço e dedicação. No início teria outro aspecto, teria uma grande cruz e cristo seguraria um globo terrestre. Acabou sendo uma imagem mais moderna e simbólica, com suas mãos abertas, acolhendo o mundo.

      Hoje o monumento na cidade do Rio de Janeiro recebe cerca de dois milhões de pessoas por ano, são milhares por dia, para visita-lo, um pesadelo logístico para a administração do local e divisas para os cofres públicos. Inicialmente tiveram resistências à sua construção, dos batistas por exemplo. Hoje atraem cristãos, católicos e protestantes do mundo todo.

A esperança seria a maior das forças humanas, se não existisse o desespero” Victor Hugo.


 

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