O Mundial do Palmeiras - A insustentável inveja de torcer

 

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      Há quase setenta anos atrás, o Palmeiras conquistava de forma inédita, o primeiro mundial de clubes, realizado aqui no Brasil pela CBD (a CBF ainda não existia). Chamada de Copa Rio, fora realizada para levantar a autoestima dos brasileiros, no chão após perder a final da Copa do Mundo de seleções em 1950 em pleno Maracanã para o Uruguai. O objetivo era lavar a honra dos brasileiros. Participaram Vasco e Palmeiras, time do Uruguai, da França, de Portugal, da Itália entre outros.

      É preciso considerar que o futebol (times, federações nacionais, FIFA) não havia atingido o nível de organização e profissionalismo que existem hoje. E não havia interesse nem da FIFA nem dos clubes europeus em cruzarem o oceano Atlântico para disputarem qualquer torneio. Os meios de transporte naquela época eram bem mais caros.

      Por isso a iniciativa de levar o projeto adiante ficou com os brasileiros da CBD (entidade que cuidava do futebol e também de outros esportes), a FIFA acompanhou todo o torneio e chancelou o certame. Não houve  contestações de nenhum tipo. Os jornais da época divulgaram o feito, Palmeiras, campeão do mundo. A cidade fez festa, dá para imaginar já na naquela época a inveja dos torcedores adversários.

      O erro do Palmeiras foi não ter valorizado aquela conquista, estampando em seu uniforme uma estrela representando aquele feito, acompanhada de ampla divulgação, propagando-o aos quatro ventos. Medida só tomada muitas décadas depois. Errou também a entidade esportiva brasileira que não valorizou o seu pioneirismo, mostrando a capacidade de iniciativa e organização dos brasileiros.

      Quando o Palmeiras pleiteou junto à entidade máxima do futebol para relembrar o feito e divulgar ao mundo aquela façanha, esta sinalizou de forma positiva, produzindo um documento atestando a legitimidade da conquista, para logo depois divulgar a sua lista de campeões mundiais, começando pelo ano 2000, como se não tivesse acontecido nada nas décadas anteriores, ignorando o que eles próprios haviam chancelado.

      É como se a conquista de 1951 pertencesse à pré-história do futebol, um período sem escrita ou registros, portanto não reconhecido. De acordo com esta visão positivista da história, esta só começa em 2000, com o aparecimento da escrita, como se a FIFA estabelecesse uma nova historiografia, desenhando uma nova linha do tempo, discriminando as fases históricas, o período de cada um e os eventos importantes que marcam o fim de uma época e o começo de outra, ignorando discricionariamente aquele evento que resolveu excluir da história.

      Desta perspectiva sui generis, a Taça levantada pelos palestrinos é feita de pedra, talhada com cinzel feito do mesmo material, lá no período neolítico, a Idade da pedra polida. Já as imagens dos torcedores são pinturas rupestres encontradas em cavernas na Lapa, Pompeia e Perdizes, portanto no período pré-histórico, sem registros escritos.

      Quando torcedores do time rival, aqueles que nutrem um sentimento maior de inveja ficaram sabendo que não foram os primeiros e sim o Palmeiras, perderam a linha, é algo duro de engolir. Eles não poderiam aceitar a posição de segundo lugar como de fato estão e passaram a desacreditar e ridicularizar o nosso feito porque a inveja que sentem possui um peso que não podem sustentar. Os outros adversários vieram no embalo, devem sentir a mesma coisa. Isto pode parecer uma posição correta e justa da parte deles, não é, é puro oportunismo. O Palmeiras possui dez títulos brasileiros, os primeiros tinham nomes e critérios de disputa diferentes. Reconhecidos pela CBF, não são aceitos pelos nossos adversários, para eles aqueles lá não valem. É ou não é inveja?

      É curioso ver torcedores de outros times mencionarem isto o tempo todo, parece que no fundo também torcem pelo alviverde imponente (acho que meu time os impressiona) e brigam de forma solidária pelo reconhecimento de nossa conquista.

      Em psicologia aprendemos que as pessoas por algum motivo não dizem a verdade em determinadas situações. Quando dizem algo estão na verdade dizendo outra bem diferente, de forma inconsciente. O que estão dizendo na verdade é: “não podemos aceitar este feito, eles não podem ser melhores do que nós, isto nós não aceitamos!”. E partem para a estratégia de negação. É como acreditar que manga com leite faz mal, que gato preto traz mau agouro, que passar embaixo de escada dá azar ou que cloroquina te cura da Covid-19. Como argumentar com esta gente Dio mio?

      A maior prova que temos mundial é a constante insistência dos torcedores adversários em mencionar o assunto, que em suas consciências continuam gritando: “não acredito, não suporto, não aceito, não admitooooo”!!!  É meu e não seu tá bom?

      Mas, SIM, somos CAMPEÕES MUNDIAIS, os primeiros do mundo, the first in the world, le premier au monde, el primero en el mundo, la unua en la mondo, primo in hoc mundo, o Palmeiras, o primeiro do mundo a se tornar campeão mundial. Durmam com essa! E dá-lhe porco!!!

 

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