Gravura egípcia com diferentes etnias - Wikipédia
Na novela Fina Estampa da globo, o patrão briga com o funcionário por causa de sua postura racista recorrente, na discussão este cita a cor e o patrão corrige: raça. A discussão termina com o patrão descobrindo o real motivo daquela conduta, a ex-mulher negra que o havia traído.
O conceito de raça está dividido entre a academia que defende a inexistência de diferenças raciais, negando a ideia de raça como um conceito e o senso comum do povo que enxerga as diferenças entre as raças como uma realidade. A ciência acredita em uma raça, a raça humana. Desde o século XIX, raça é entendida como um conjunto de atributos biológicos comuns a determinados grupos humanos.
Na Idade moderna que começou no século XV, a raça era entendida como a linhagem a qual o cidadão pertencia, guardava relação com o seu parentesco, vigorava então a tese monogenista, a existência de uma única raça humana descendente de Abraão. Não existia a ideia de inferioridade racial, porém já se convivia com preconceito étnicos, que determinavam a importância do indivíduo baseados na sua origem étnica ou geográfica. E isto já vinha desde a Idade antiga com os romanos discriminando os judeus.
A origem do pensamento em raças diferentes surge no século XVI. No século seguinte na França os iluministas, entusiastas da ciência começam a estudar as diferentes raças. O conceito de racialismo ganha força, este termo quer dizer crença em raças diferentes, eles queriam estabelecer um sistema de valores universal. O racialismo sofre uma evolução, agora se acreditava que a raça era definida física e moralmente, diferenças físicas significavam diferenças mentais hereditárias, no XVIII, é a vez do poligenismo, a crença em diversas raças humanas. O mundo era formado por diferentes raças representando diferentes culturas, o comportamento do indivíduo definia o seu grupo social, este sistema de valores pretensamente universal estabelece uma hierarquia entre raças superiores e inferiores, desnecessário citar quem fica embaixo.
A vida vai seguindo e a ciência estudando o fenômeno, surge a frenologia, através da medição dos cérebros das pessoas estabeleciam-se as características psicológicas de cada raça, conceito atualmente superado. No século XIX, o italiano Cesare Lombroso criou a antropologia criminal, defendia a tese que a criminalidade era uma questão biológica e hereditária. Parece que os policiais americanos dos dias de hoje concordam com ele. Charles Darwin quando escreveu “A teoria da evolução”, acabou contribuindo com a questão, já que defendia que as espécies melhor adaptadas ao meio sobreviviam, as mais fracas tendiam a desaparecer, esta ideia foi transposta para os seres humanos.
Depois surge a eugenia, a ideia de pureza da raça, selecionar os “melhores” e excluir os “inferiores” e aí chegamos a Hitler na Alemanha nos anos 30 e a perseguição aos judeus, negros e outras minorias étnicas. Agora o mundo convive com o racismo, com sua base conceitual construída em séculos de pesquisas e debates.
O que temos hoje é o racismo estrutural onde se criam mecanismos e práticas sociais e políticas para obstaculizar, impedir, sabotar, dificultar, excluir as pessoas de pele preta/negra de todos os acessos a trabalho, lazer, estudos e todos os espaços que se julgam não pertencer a eles.
Baseado nos textos de Kalina Vanderlei Silva e Maciel Henrique Silva

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