"Os últimos soldados da Guerra Fria, um livro de Fernando Morais que não virou filme". Pelo menos assim me parece!



















   



        Para quem gosta de romance de espionagem, com altas doses de aventura, este livro é recomendadíssimo, conta a estória, na verdade com H, de uma rede de espiões cubanos que se infiltram em grupos de exilados cubanos nos EUA. O objetivo era obter informações sobre os atentados que ocorriam na ilha cubana, estes planejados naquele país e executados por mercenários.
       Os aficionados por este tipo de literatura, já devem estar acostumados a mergulhar nas estórias de escritores ingleses especializados no tema, a guerra fria, sempre do ponto de vista ocidental, mostrando as façanhas do bloco capitalista defensor da liberdade em uma luta constante contra os opressores do outro bloco.
      Vários destes escritores foram espiões de fato em algum momento de suas vidas, suas estórias são pouco críveis, mas talvez nos ajudem a entender a mente do operador do bloco ocidental. Ken Follet, John Le Carré, Frederick Forsyth, Ian Fleming e Grahan Greene, todos eles trabalharam na espionagem e viraram escritores deste ramo da literatura.
      O historiador Eric Hobsbawm dizia que a Inglaterra após perder prestígio e influência no mundo depois da II Guerra Mundial, encontrou neste tipo de literatura uma forma de continuar importante do jogo internacional.
      Eu sempre achei que era preciso um escritor, independentemente de nacionalidade, que  escrevesse sobre o outro lado porque com certeza existem profissionais altamente capacitados ali também. Quem não se lembra do homem sem rosto? O cara que comandou o serviço de inteligência da Alemanha Oriental e ninguém tinha uma foto dele, não se sabia como ele era.
      O Fernando Morais escreveu um livro magnífico, uma estória real com a identificação de pessoas, lugares, fatos e épocas, com o apoio do próprio governo cubano para escrever o livro. Fato raro em casos como esse, onde os governos sempre negam qualquer envolvimento. Mesmo que seja evidente a sua participação.
      Foi feito um filme desta estória, porém ficou  muito inferior do que as quase 400 páginas do livro do Fernando Morais, que nos traz até as fotos reais dos envolvidos. Este caso tornou-se famoso quando os EUA prenderam os espiões e uma campanha internacional pela soltura dos 5 heróis cubanos correu o mundo. O filme  Wasp network , dirigido por Olivier Assayas, tirou toda a magia e a exuberância do livro. É melhor ler o livro, tomando um café.

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